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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Jogos de Tabuleiro para 1 jogador

Alguns autores se especializaram em fazer jogos de tabuleiro que podem ser jogados também por apenas um jogador. Em geral, estes se aproximam de uma lógica peculiar aos videogames, onde se apresenta um determinado desafio e o objetivo é melhorar cada vez mais a própria performance.
Existem também os jogos que possuem versões adaptadas das regras para um jogador, situação diferente daqueles que foram desenvolvidos de modo específico a contemplar também o jogador solitário.
O autor Uwe Rosenberg costuma pensar nesta situação ao criar os seus jogos:
Agricola (1-5) - mecânica: colocação de trabalhadores (worker placement)
Le Havre (1-5) - mecânica: colocação de trabalhadores (worker placement)
At the Gates of Loyang (1-4) - mecânicas: escolha de cartas (cards drafting) e troca de recursos (trading)
Nestes jogos, logo de início, são oferecidas diversas opções ao jogador e à medida que o jogo avança novas possibilidades surgem, seja por decorrência de ações do jogador seja por situações da regra do jogo (no Agrícola, a cada turno abre-se uma nova possibilidade de ação de uma pilha de cartas, deste modo, a cada partida a sequência de novas ações oferecidas muda e algumas nem chegam a entrar). Assim, muitos caminhos são possíveis, resultando em pontuações diferentes.
A pontuação final, mesmo sendo um desafio, deixa de ser o principal motivo de rejogabilidade. O interesse por jogar (e voltar a jogar o mesmo novamente) se concentra na sensação de exploração do universo que o jogo apresenta, onde o mesmo não se repete. Em Le Havre, experimentamos o cotidiano da vida portuária, administrando bens e produtos que circulam no porto. São tantos produtos diferentes e tantas as opções de administração, - podemos, por exemplo, construir novos barcos cada vez mais eficientes e escolher processar produtos ou não (para torná-los mais valiosos), que a cada partida um novo e totalmente diferente caminho pode ser traçado, levando a sucessos maiores ou não.
O jogador solitário se depara e enfrenta sua própria dificuldade de estrategista. Diferentemente do videogame, onde a máquina funciona como adversário e sua inteligência artificial pode deixar o jogo menos ou mais interessante e desafiador, com estes jogos de tabuleiro a "máquina" se apresenta um tanto estática a princípio, materializada pela mecânica elaborada e pelas regras, no entanto, nos casos citados, esta "estabilidade" não parece reduzir o desafio, mesmo sem a presença de adversários, sejam eles reais ou virtuais. A experiência do tabuleiro, certamente, é diversa, exige menos da coordenação motora, concentra-se na capacidade de raciocínio, de lógica e de planejamento.

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